Os impactos nefastos da reforma trabalhista do governo ilegítimo de Michel Temer já é uma realidade para trabalhadores de norte a sul do Brasil. Analisando os efeitos a médio e longo prazo da Lei 13.467/17, o conselho diretivo da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) apontou a necessidade de aprofundar a campanha de sindicalização nos sindicatos metalúrgicos cutistas e seminários para debater o tema com os trabalhadores.
Esta demanda faz parte do plano de ação da última reunião do ano da direção da Confederação que aconteceu nestas quarta e quinta-feira (6 e 7). O encontro aconteceu na sede da CNM/CUT, em São Bernardo do Campo.
Para o secretário geral da Confederação, Loricardo Oliveira, com o cenário de ataques aos direitos da classe trabalhadora, é fundamental o fortalecimento dos sindicatos para organizar a luta. “É um momento que o movimento sindical precisa se reestruturar e ser cada vez mais combativo contra essas medidas de retrocesso.“Com reforma ou sem reforma, a mobilização das entidades sindicais vai continuar. Todos os direitos que já conquistamos foi através de muito enfrentamento”, afirmou.
“O sindicato é instrumento de luta do trabalhador e de proteção aos seus direitos. É uma luta que vai exigir o protagonismo das lideranças sindicais. Não podemos sair das ruas e temos que sempre estar em alerta contra as manobras dos golpistas”, completou o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres.
Análise de Conjuntura
Outra preocupação da categoria é a eleição do próximo ano. Em sua análise de conjuntura, Artur Henrique da Silva Santos, diretor executivo da Fundação Perseu Abramo, afirmou que 2018 será o divisor de águas na política do Brasil. “Temos grandes desafios para o próximo ano. O primeiro é garantir uma eleição democrática. A mobilização e pressão dos trabalhadores são fundamentais para que isto aconteça. Precisamos reconstruir o diálogo com a sociedade brasileira, com um projeto de desenvolvimento de esquerda para que a democracia brasileira seja retomada”, disse.
Além disso, Santos destacou a importância da indústria para recuperar os empregos e o crescimento econômico no país perdidos com o governo golpista. “Não teremos empregos de qualidade se não investirmos na indústria e em ciência e tecnologia. Não podemos voltar para a década de 90, quando éramos meros montadores de produtos. Uma indústria forte significa um país com empregos de qualidade”, afirmou.
TID
Para discutir a indústria brasileira, o presidente do TID (Instituto do Trabalho, Indústria e Desenvolvimento, Rafael Marques, explicou os projetos e propostas da entidade. Segundo ele, recentemente, foi assinado um termo de cooperação com a Câmara de Comércio de Desenvolvimento Internacional Brasil-China (CCDIBC).
“A Câmara da China possui um fundo de investimento de 3 bilhões de dólares para financiar projetos no Brasil. Este acordo prevê o desenvolvimento de ações com foco na geração de empregos e renda nas indústrias dos dois países”, afirmou.
O TID é uma iniciativa das confederações nacionais que compõem o Macrossetor da Indústria da CUT (MSI) – metalúrgicos, químicos, têxteis e trabalhadores na construção e na alimentação.
Entre os objetivos do Instituto estão a formulação de propostas para o fortalecimento do parque industrial brasileiro, que levem em consideração as demandas dos trabalhadores e o estabelecimento de políticas públicas para que a indústria seja o principal indutor do desenvolvimento social do país.
(Fonte: assessoria de imprensa da CNM/CUT)