Marisa Letícia Lula da Silva teve um papel importante na vida política do marido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela esteve diretamente envolvida na fundação do Partido dos Trabalhadores, no começo da década de 80. Inclusive, Marisa foi quem cortou e costurou a primeira bandeira do PT. A união dos dois durou 43 anos. Na manhã desta quinta-feira (2), os médicos constataram que ela teve morte cerebral.
Marisa Letícia era responsável pelas fichas de inscrição que seriam usadas para fundar o PT. A ex-primeira-dama ficou bastante empolgada, a ponto de buscar pessoas nas ruas para se filiarem à legenda.
A prisão de Lula durante as greves do ABC abalou muito Marisa, mas ela mobilizou um grupo de mulheres e organizou um protesto contra as prisões políticas.
Nascida em 7 de abril de 1950 em uma casa de chão batido no bairro dos Casa (sobrenome do avô, que tinha uma fazenda no local), em São Bernardo do Campo, a ex-primeira-dama começou a trabalhar em uma fábrica de chocolates quando tinha 13 anos. Aos 19, casou-se com o primeiro marido, mas logo ficou viúva. O marido, motorista de táxi, fora assassinado quando ela estava grávida de quatro meses.
Depois disso, passou a trabalhar no bar de uma prima e começou a ter contato com a política. No começo da década de 1970, ajudou na campanha de um vereador. Em 1973, conheceu Lula, no Sindicato dos Metalúrgicos. Logo os dois começaram a namorar.
Lula adotou o filho de Marisa, Marcos, e os dois tiveram outros três filhos: Fábio Luís, Sandro Luís e Luís Cláudio. Familiares sempre descreveram a ex-primeira-dama como uma mulher firme, especialmente na educação dos filhos.
Mesmo quando Lula foi eleito, Marisa Letícia fazia questão de que ele reservasse algum tempo para a família. A ex-primeira-dama costumava dizer que “foi pai e mãe” dos filhos, já que o marido estava sempre envolvido com o movimento sindical e, posteriormente, com a política.