A Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT São Paulo, a FEM-CUT/SP, se reuniu, na sede da FIESP, em São Paulo, com representantes patronais do Grupo 10 e da Estamparia para dar início aos debates da Campanha Salarial 2017: Resistência, Unidade e Luta.
Grupo 10
Após rachar com o Grupo 8, o Sindratar (refrigeração, aquecimento e tratamento de ar) passa agora a integrar o G10. O corpo jurídico da FIESP já está analisando as cláusulas contidas nas duas convenções para identificar quais serão pontos que precisarão passar por adaptações.
A bancada dos trabalhadores/as propôs um plano de trabalho que prevê, inicialmente, o debate das cláusulas pré-existentes, que demandam ajustes de redação e que não têm impacto econômico, seguidas das cláusulas novas, que são demandas da base, e por fim, debater as cláusulas de resistência, que tem como objetivo barrar os efeitos do desmonte das leis trabalhistas e também a terceirização. A bancada patronal, ironicamente, afirma que as mesas de negociação são apenas técnicas e não podem debater politicamente o que está em jogo.
O Secretário Geral da FEM-CUT/SP, Adilson Faustino, o Carpinha, destacou a importância de tratar com seriedade os impactos da reforma trabalhista. “Devemos debater incansavelmente a reforma trabalhista”, afirmou Carpinha, “É preciso entender que esta entidade financiou, apoiou o golpe e agora está tendo as demandas atendidas com a aprovação das reformas. A nossa preocupação também é sobre qual será a reação dos trabalhadores/as no chão de fábrica em 12 de novembro, data que passa a vigorar o que foi aprovado no Congresso Nacional, que vem para desmontar as leis de trabalho no Brasil”, finalizou Carpinha.
Andrea Sousa, Secretária da Mulher na FEM-CUT/SP, destacou que as trabalhadoras/es não aceitarão as reformas calados. “O que precisa ficar entendido é que a classe trabalhadora não conquistou nada sem luta até aqui e não aceitaremos a retirada de nenhum direito. Resistiremos”. Afirmou Andrea. Renato Pereira, o Buzina, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Matão também cobrou seriedade na condução dos trabalhos. “Este grupo, historicamente, é conhecido por ser difícil de negociar. Precisamos mudar isso. O chão de fábrica sabe bem o que os patrões estão fazendo”. Já Claudionor Vieira do Nascimento, coordenador da Regional Diadema do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, acredita que a bancada patronal não pode descartar os avanços que tivemos até aqui. “Avançamos na relação capital trabalho. Aprendemos a negociar e conquistamos o espaço de negociação com a bancada patronal, e queremos aqui, que os patrões assumam o compromisso de manter este espaço e de debater incessantemente e com seriedade, os casos que ameassem essa relação”.
A FEM-CUT/SP propôs uma cláusula de salvaguarda que garanta o debate sobre a aplicação das mudanças que poderão ser causadas pela reforma trabalhista. A bancada patronal responderá na próxima rodada de negociação sobre a aceitação da cláusula.
Estamparia
Assim como em outros grupos, a rodada de negociação com o Sindicato Nacional da Estamparia (Siniem), estabeleceu um plano de trabalho para debater as reivindicações dos trabalhadores/as e também foi solicitado a assinatura de uma cláusula de salvaguarda, que se aceita, poderá garantir, negociações específicas sobre os impactos da reforma trabalhista quando as mudanças entrarem em vigor, em novembro de 2017.
A cláusula do trabalhador acidentado ou portador de deficiência profissional foi atacada mais uma vez pelos patrões. “O pleito patronal é para que exista uma série de pré-requisitos para “qualificar” trabalhadores/as acidentados em atividades laborais e que haja possibilidade para que o trabalhador/a acidentado seja enquadrado na cota de trabalhadores/as com deficiência, explicou Carpinha. A próxima rodada acontece no próximo dia 24 de agosto.
Agência de notícias da FEM-CUT/SP
Foto: Marina Selerges