Os trabalhadores da base da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) esperam receber até próxima sexta-feira (23) propostas para a Campanha Salarial 2024 das bancadas patronais. A entidade cobra aumento real nos salários e avanços nos direitos contidos nas Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs).
Até o momento, apenas dois grupos – Sicetel e Sifesp (Fundição) – apresentaram propostas de reposição das perdas salariais que os metalúrgicos tiveram com a inflação no período, sem aumento real. Já outras duas bancadas patronais sinalizaram reajuste acima da inflação do período.
O outro ponto de impasse nas negociações são as cláusulas sociais, que estabelecem importantes direitos para os trabalhadores. Parte das bancadas patronais questionam e querem retirar direitos da categoria. No caso das reivindicações das trabalhadoras, há avanços.
A partir da próxima sexta-feira (23), os sindicatos filiados à FEM-CUT/SP iniciam as assembleias para votar as propostas das bancadas patronais. A categoria vai decidir se aceita os acordos ou se será definido o encaminhamento de luta pela valorização na Campanha Salarial 2024.
Erick Silva, presidente da FEM-CUT/SP, enfatiza que a direção da entidade tem pressionado as bancadas patronais para o fechamento das negociações.
“Desde o início deixamos claro para os empresários que precisamos fechar a Campanha Salarial deste ano o quanto antes. Os metalúrgicos precisam ser valorizados e receber aumento real nos salários e ter os direitos garantidos nas CCTs logo no início de setembro, que é o mês da nossa data-base”.
Ele ainda lembra que desde o início da Campanha Salarial 2024, a Federação realizou mais de 20 reuniões e que as bancadas patronais tiveram tempo suficiente para apresentar propostas condizentes com a realidade.
“Não é novidade para os empresários que vamos sempre cobrar aumento real para a categoria e temos uma situação econômica favorável, com melhoria nos indicadores e com importantes investimentos sendo feitos. A indústria continua em plena recuperação e as empresas estão tendo lucro. E tudo graças à força de trabalho dos metalúrgicos que merecem o reconhecimento e a valorização”.
Mobilização
Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP, destaca que, conforme reunião realizada na semana passada, uma grande mobilização vem sendo realizada pelos sindicatos em todo estado.
“A categoria sabe do seu valor e está pronta para lutar pelo que é justo. Não vamos aceitar nenhuma proposta sem aumento real e sem a renovação das CCTs. As reivindicações dos trabalhadores precisam ser levadas a sério pelas bancadas patronais e vamos seguir nessa batalha até o fim”.
Segundo o sindicalista, o movimento de mobilização será intensificado pela base até 1º de setembro, data-base da categoria.
“Vamos mostrar nossa força junto dos metalúrgicos e metalúrgicas para que os patrões não tenham dúvida da nossa força e do quanto estamos dispostos a lutar pelos nossos direitos”.
Em 11 meses, entre setembro de 2023 e junho de 2024, os trabalhadores da base da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) tiveram 3,85% de perdas salariais com a inflação. O cálculo realizado pelo Dieese leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Este ano, a Campanha Salarial tem como slogan “Unidade e Luta – Vamos Conquistar a Nossa Parte”. Já os principais eixos que serão negociados com as bancadas patronais são:
1. Valorização das Convenções Coletivas;
2. Reposição da Inflação;
3. Aumento Real;
4. Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução de Salário; e
5. Redução dos Juros.
(Fonte: FEM-CUT/SP – Foto: Jônatas Rosa/Imprensa FEM-CUT/SP)