A direção da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) reuniu os presidentes e diretores dos 13 sindicatos filiados para tratar da próxima etapa da Campanha Salarial.
Os dirigentes fizeram um balanço sobre o andamento das negociações com as bancadas patronais, mediram a temperatura das negociações e da campanha, considerando que já é o mês da data base e decidiram intensificar as mobilizações. Até o momento, a entidade realizou reuniões com quase todos os grupos patronais, faltando apenas o G10, que dificulta a discutir os direitos da categoria.
O presidente da FEM-CUT/SP, Erick Silva, explicou que após a primeira rodada de negociações, há uma certa dificuldade pelas bancadas patronais em avançar nos debates. “Como sempre enfatizamos, a Campanha Salarial nunca é um processo fácil. Os patrões estão protelando para marcar novas reuniões sob o argumento de aguardar o INPC de agosto. Temos insistido no debate porque, para além do reajuste salarial, buscamos a ampliação dos direitos das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs)”.
A data-base dos metalúrgicos é em 1º de setembro, mas o índice do INPC de agosto será divulgado apenas na próxima semana, quando soma o total das perdas salariais da categoria nos últimos 12 meses. Até o momento, os trabalhadores da base da FEM-CUT/SP acumularam 3,85% de perdas nos salários.
Durante o encontro, a FEM-CUT/SP e os sindicatos filiados decidiram intensificar a mobilização nas portas das fábricas. Erick apontou a importância do momento para a categoria. “É esse caminho de união e mobilização que vai garantir que chegamos ao aumento real e também que vai possibilitar fecharmos as CCTs com ganhos para os metalúrgicos, especialmente para as companheiras. Vamos seguir firmes nessa luta”.
Para o secretário geral da Federação, Max Pinho, a categoria pode contar com o empenho da FEM-CUT/SP e dos sindicatos filiados. “Nosso maior compromisso é buscar a valorização dos trabalhadores, nos salários, nos direitos e principalmente na organização. Vamos seguir até o fim, de forma bem-organizada, mostraremos nossa força de mobilização para garantir mais uma Campanha Salarial vitoriosa, com direitos, aumento real e muita união”.
Conjuntura e números
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, fez uma análise de conjuntura, resgatando papel histórico das entidades sindicais e da classe trabalhadora na luta pelos direitos e pela transformação social.
O dirigente destacou a necessidade de continuar o processo de reconstrução da democracia e do Brasil, além de buscar a valorização da categoria. “Temos a tarefa e a obrigação de entregar nossa vida para isso, para a luta sindical. Do contrário, vamos ser acusados de deixar uma sociedade pior do que pegamos. Temos, ainda, que lutar para aumentar os salários, sim. Vamos brigar para ter aumento real, chegou a hora”, disse.
Na sequência, o supervisor técnico do escritório regional São Paulo do Dieese, o economista Fernando Lima, fez uma apresentação sobre o cenário econômico brasileiro e mostrou o comportamento de cada setor do ramo metalúrgico. “Tirando as montadoras, os empregos no ramo metalúrgico cresceram em 2023”, diz o economista Fernando.
Ainda de acordo com o economista, a maior parte das campanhas salariais da categoria pelo Brasil conquistaram aumento real nos salários.
Segundo ele, a economia sob o comando do governo Lula tem apresentado bons resultados, com otimismo do mercado. (Fonte: FEM-CUT/SP – com fotos de Jônatas Rosa e Caroline Queiróz Tomáz)