O Brasil fechou 2 milhões de empregos com carteira assinada em 2016, segundo dados do Ministério do Trabalho. Foi o segundo ano seguido com fechamento de vagas e o pior resultado em 31 anos. Em 2015, tinham sido perdidas 1,5 milhão de vagas, o primeiro resultado negativo desde 1992 (-738 mil vagas).
Os dados de 2016 foram divulgados pelo ministério e fazem parte da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), um registro declarado anualmente por todas as empresas do país. A Rais existe desde 1976, mas mas o ministério afirma que o levantamento passou por mudanças metodológicas que só permitem uma comparação estatística adequada com os dados a partir de 1985. O registro de saldo de vagas divulgado começa em 1986. Por isso, o o resultado de 2016 é o pior em 31 anos.
Serviços, construção e indústria têm maiores perdas
Os setores mais afetados foram o de serviços, construção e indústria, que perderam mais de 400 mil vagas, cada um.
Serviços: -442 mil (-2,6%)
Construção civil: -437 mil (-18%)
Indústria de transformação: -419 mil (-5,5%)
Administração pública: -373 mil (-4,1%)
Comércio: -268 mil (-2,8%)
Agropecuária: -24 mil (-1,6%)
Extrativa mineral: -19 mil (-8%)
Serviços industriais de utilidade pública: -18 mil (-4%)
Amapá é único que criou vagas
Entre os Estados mais o Distrito Federal, apenas o Amapá abriu vagas em 2016, com saldo positivo de 3.678 postos (+3%). Do ponto de vista relativo, as maiores quedas foram no Rio de Janeiro (-6,5%), Ceará (-6,4%), Pará (-6,4%), Amazonas (-6,4%), Bahia (-6,1%) e Espírito Santo (-6%). As maiores perdas absolutas foram em São Paulo (-503 mil vagas), Rio de Janeiro (-289 mil) e Minas Gerais (-192 mil). Todas as regiões brasileiras fecharam vagas em 2016. Proporcionalmente, os mais afetados foram o Norte (-5,3%) e o Nordeste (-5,2%). Em números absolutos, o Sudeste foi o que mais perdeu (-1 milhão de empregos).
Outra pesquisa
O ministério também divulga regularmente dados de emprego do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A pesquisa Rais, porém, é mais ampla, porque leva em conta mais categorias de trabalho, inclusive se servidores públicos. Já o Caged calcula apenas o número de trabalhadores regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
O Caged com o número total de vagas fechadas em 2016 foi divulgado em janeiro deste ano e mostrou que que o Brasil perdeu 1,32 milhão de postos com carteira assinada no ano passado. Também nesta quinta-feira, o ministério divulgou dados do Caged de setembro deste ano, registrando abertura de 34,4 mil vagas, sexto mês seguido de saldo positivo.
(Fonte: Uol, São Paulo)