Manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do país na noite de ontem (18) para exigir que o presidente Michel Temer (PMDB) deixe o cargo. Aos gritos de ‘Fora Temer’, os presentes reagiram às denúncias de que Temer autorizou a compra do silêncio de Eduardo Cunha, deputado cassado e ex-presidente da Câmara, que está preso em Curitiba. A bomba surgiu a partir da delação dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de investigação formal contra o presidente, que realizou nesta tarde um pronunciamento afirmando que não vai renunciar.
No Rio de Janeiro, desde as 17h os manifestantes se concentraram na Candelária. Por volta das 17h50,o ato já ocupava a Avenida Presidente Vargas. Além de palavras de ordem contra Temer, os presentes entoam em coro a reivindicação de eleições diretas Já. “O Temer tem que sair porque sempre teve que sair. Agora com essa comprovação de que ele cometeu um crime, isso é incompatível com o exercício da presidência. Agora não se trata nem mais de Fora Temer, e sim de Diretas Já”, disse o ator Wagner Moura.
Pouco antes, em Recife (PE), por volta das 16h, centenas de manifestantes realizaram um ato na praça Derby, região central da capital pernambucana.
Em Belo Horizonte (MG), milhares de pessoas foram às ruas para exigir eleições diretas já e defender a democracia. O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayfres, participou da manifestação na capital mineira, ao lado da secretária de Igualdade Racial, Christiane dos Santos.
Em São Paulo, a concentração que começou por volta das 17h ganhou corpo e ocupou a Avenida Paulista, no sentido Consolação, em frente ao Masp. Os presentes exigem eleições diretas e rechaçam a possibilidade de que, após uma possível queda de Temer, o Congresso escolha quem deve ocupar o cargo máximo do Executivo.
A Esquina Democrática, ponto de atos políticos em Porto Alegre, recebeu, desde a manhã de ontem, uma concentração de manifestantes que exigiam a saída de Temer da Presidência da República e a realização de eleições diretas ainda neste ano. Nomes conhecidos da esquerda gaúcha – entre parlamentares, políticos, líderes de sindicatos e movimentos sociais – discursaram para a população que passava em uma das regiões mais movimentadas da cidade.“Na época que a ditadura impunha o voto por colégio eleitoral, apenas votavam generais; tivemos aqui uma grande campanha pelas diretas com o Ulysses Guimarães”, disse a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).
“É importante que a escolha do novo presidente seja feita pela população. Defendo eleições gerais, também para o Senado e para deputados federais. Deputados foram eleitos e a maioria participou do golpe. Eles não são legítimos. Esse governo já acabou mas ele continua lá. Fico feliz de ver em Porto Alegre uma manifestação tão bonita chamada de uma hora para outra. Fora Temer, já vai tarde”, completou a parlamentar, ao vivo do ato via redes sociais.
(Fonte: Rede Brasil Atual)